Refluxo gastroesofágico: o que é e como tratar?

Quando o conteúdo estomacal percorre o fluxo inverso, de forma a retornar do estômago para o esôfago, dá-se o nome de refluxo gastroesofágico.

Embora possa se desenvolver em qualquer faixa etária, a doença é mais frequentemente diagnosticada em indivíduos acima de 40 anos.

Consistindo em um tubo muscular oco, o esôfago possui 3 centímetros de diâmetro e aproximadamente 25 centímetros de comprimento. Sua composição também conta com um esfíncter esofágico inferior e outro superior, que são válvulas presentes respectivamente na comunicação com o estômago e com a faringe.

Como o refluxo gastroesofágico é caracterizado

Após ser mastigado e engolido, o alimento percorre o caminho até o esôfago, passando pela faringe. Nesse processo, há a abertura do esfíncter esofágico superior a fim de que o bolo alimentar entre, de forma que posteriormente consiga chegar até o estômago para a digestão.

Tão logo o bolo alimentar atinja o estômago, há o fechamento do esfíncter esofágico inferior para impedir que o suco gástrico retorne ao esôfago e provoque irritações nas paredes estomacais.

Dessa forma, a chamada doença do refluxo gastroesofágico DRGE ocorre justamente quando o retorno do conteúdo do estômago ao esôfago se torna crônico. Esta doença digestiva afeta até 20% da população do Brasil, sendo uma das principais patologias de ordem digestiva, acometendo indivíduos de ambos os sexos.

De que formas o refluxo pode ser desencadeado

Dentre as condições que podem causar esta doença estão as seguintes:

  • Fragilidade muscular esofágica: Trata-se de comprometimento da força no momento que deveria ocorrer o movimento peristáltico, responsável por levar os alimentos para o interior do estômago.
  • Alterações nos esfíncteres do esôfago: Ocorre principalmente no esfíncter inferior, de forma que deixa de acontecer a devida vedação entre o esôfago e o estômago.
  • Hérnia de hiato: Acontece quando a estrutura de transição do esôfago para o estômago sofre deslocamento, o que pode fazer com que a caixa torácica seja invadida por uma pequena porção estomacal.

Conheça os principais sintomas de refluxo gastroesofágico

  • Sensação de queimação no peito: Este sintoma é conhecido como “pirose”.
  • Doenças que ocorrem repetidamente nos pulmões, como asma, bronquite e pneumonia.
  • Além de queimação no peito e outros sintomas, o paciente com refluxo gastroesofágico poderá apresentar tosse seca.
  • Dores intensas na região torácica: Estas podem ser confundidas com sintomas de infarto do miocárdio ou angina.

Quando a doença do refluxo gastroesofágico é grave, pode provocar o desenvolvimento de outras doenças, como esôfago de Barret e câncer de esôfago.

Principais abordagens para diagnóstico da doença

A doença poderá ser diagnosticada através da observação dos sinais clínicos, bem como por meio de exames. Neste último caso, os exames que costumam ser solicitados pelo médico são a pHmetria esofágica, além da endoscopia digestiva alta.

Opções de tratamento que o médico pode recomendar

É fundamental que a doença seja devidamente tratada a fim de se evitar que acarrete maiores consequências à vida da pessoa acometida. Em outras palavras, caso o indivíduo não seja tratado, além dos indesejáveis sintomas, poderá haver graves complicações com o passar do tempo.

Tratamento conservador para a doença do refluxo gastroesofágico

Além das alterações no estilo de vida do paciente, sobretudo em termos de alimentação, em que o indivíduo deverá, por exemplo, evitar bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos, o tratamento medicamentoso também poderá ser recomendado.

No que se refere à alimentação, o paciente será orientado a evitar alimentos como:

  • Chocolates, principalmente os mais gordurosos;
  • Refrigerantes, chá preto e café;
  • Alimentos muito condimentados;
  • Alimentos fritos ou gordurosos.

Tratamento cirúrgico para esta doença do trato digestivo

Juntamente com o paciente, o médico especialista dará orientações quanto à necessidade de se recorrer ao tratamento cirúrgico. Dessa forma, para tomar tal decisão, o especialista levará em conta os seguintes pontos:

  • A idade do paciente;
  • Gravidade da doença;
  • Intensidade dos sintomas;
  • A resposta do paciente ao tratamento conservador;
  • Tempo de convivência com a doença;
  • Existência de comorbidades;
  • Preferência do paciente ao tratamento clínico ou cirúrgico.

Para a realização da cirurgia, é necessário o emprego de anestesia geral. O procedimento cirúrgico se baseia em corrigir a hérnia de hiato, bem como na confecção de uma válvula que impeça a ocorrência do refluxo.

É importante ressaltar que há formas diferentes para a realização do procedimento cirúrgico. Confira:

  • Cirurgia de natureza robótica, considerada minimamente invasiva;
  • Cirurgia realizada por meio de laparoscopia;
  • Cirurgia aberta, que é considerada a mais convencional.

Com o passar do tempo, observou-se uma evolução das técnicas cirúrgicas, o que também contemplou os pacientes com DRGE. Assim sendo, cada vez mais os pós-operatórios ocorrem de maneira mais tranquila, com o paciente sentindo menos dores em sua recuperação.

Desse modo, a recuperação do paciente ocorre de forma mais rápida, com breve retorno às atividades cotidianas e redução das taxas de complicações cirúrgicas.

Principais formas de se evitar a doença

Algumas medidas simples podem evitar ou retardar o surgimento da doença, Veja:

  • Perder peso, se for necessário;
  • Evitar grandes quantidades de alimentos de uma mesma vez;
  • Não se deitar logo após as refeições;
  • Evitar o tabagismo e bebidas alcoólicas;
  • Manter a cabeceira da cama elevada.
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