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Pólipos intestinais: classificação, diagnostico e tratamento

Pólipos intestinais, se apresentam em 30% dos indivíduos com mais de 45 ano, aproximadamente. Vale destacar que esta ocorrência requer acompanhamento médico a fim de se evitar que o quadro evolua para condições mais graves. Caso não sejam tratados, estes podem se transformar em câncer.

Confira mais informações acerca do aparecimento desta condição:

Este tipo de pólipo é caracterizado por uma lesão que costuma aparecer no intestino grosso, como resultado do fato da mucosa crescer de forma anormal. É importante pontuar que há mutação dos cromossomos presentes nesta região, fazendo com que elevações intestinais surjam no local.

Com formatos variados, os pólipos no intestino podem ser altos, baixos, planos ou com aspecto de cogumelos. Não há, entretanto, um ponto exclusivo para que se formem, já que podem se desenvolver em qualquer parte intestinal.

Em geral, os pólipos não costumam oferecer risco à saúde dos indivíduos. Com o transcorrer do tempo, contudo, estes poderão apresentar malignidade. Por esta razão, é fundamental o acompanhamento para se conferir como tais estruturas estão evoluindo.

Principais causas do desenvolvimento de pólipos intestinais:

Pelo fato dos pólipos intestinais serem ocasionados por uma produção celular atípica, quando o revestimento intestinal inicia sua renovação, o órgão passa por uma espécie de colapso. Esta ocorrência leva ao crescimento acelerado das células, gerando as protuberâncias que caracterizam o quadro.

O pólipo intestinal pode aparecer por conta de fatores variados. Confira:

  • Consumo excessivo de álcool;
  • Sedentarismo;
  • Dieta rica em carne vermelha e ultraprocessados;
  • Tabagismo;
  • Consumo de álcool
  • Obesidade;
  • Idade avançada;
  • Histórico familiar de pólipos ou câncer intestinal;
  • Doença inflamatória, como colite ulcerativa e Crohn.

Saiba quais são os tipos de pólipos que podem surgir nos intestinos:

Os pólipos intestinais são divididos em três categorias. Veja:

  • Pólipos hiperplásicos e inflamatórios: Estes representam a maioria dos pólipos intestinais e, em geral, não são identificados como preditivos de câncer. O aparecimento de pólipo maior que um centímetro, entretanto, requer atenção, devendo o paciente passar por investigação de câncer colorretal. Neste caso, a colonoscopia é o exame empregado para avaliação do indivíduo.
  • Pólipos adenomatosos: Também chamados de adenomas, estes representam um estágio pré-canceroso, sobretudo por serem indicativos da possibilidade de desenvolvimento de câncer colorretal. Esta categoria compreende três tipos de pólipos: tubulovilosos, vilosos e tubulares.
  • Adenomas serrilhados tradicionais e sésseis: Também são considerados de maior gravidade, justamente porque podem evoluir para câncer colorretal.

Alguns fatores podem aumentar a chance de ocorrência de câncer por formação de pólipos, como por exemplo:

  • Existência de ao menos três pólipos;
  • Displasia detectada após a remoção dessas formações;
  • Presença de pólipos com mais de um centímetro.

Uma outra ocorrência que pode ser preditiva de malignidade, embora seja de natureza rara, é a polipose adenomatosa familiar, que é caracterizada pelo surgimento de centenas de pólipos no intestino grosso.

Já a síndrome de polipose hiperplásica, condição também diagnosticada durante a colonoscopia, representa maior risco para o desenvolvimento de câncer. Por isso, o acompanhamento médico é necessário para a investigação do crescimento das formações, bem como o surgimento de novos pólipos. Esta se caracteriza da seguinte forma:

  • Existência de pólipos hiperplásicos próximos à região do cólon sigmóide, sobretudo em indivíduos que tenham um parente de primeiro grau diagnosticado com polipose hiperplásica.
  • Presença de ao menos cinco pólipos, com dois destes com dimensões maiores do que um centímetro.
  • Ocorrência de cerca trinta pólipos hiperplásicos ou mais ao longo do cólon ou reto.

Quais são os sintomas frequentemente relatados por quem apresenta pólipos intestinais:

Como muitas pessoas são assintomáticas, a descoberta da existência de pólipos pode acontecer de forma acidental, durante o exame de colonoscopia, por exemplo. Os indivíduos sintomáticos, entretanto, podem apresentar:

  • Sangramento retal;
  • Presença de muco nas fezes;
  • Fezes escurecidas ou com traços vermelhos;
  • Dores que se assemelham a cólicas;
  • Alteração no trânsito intestinal, com diarreia ou constipação;
  • Anemia ferropriva.

Como é feito o diagnóstico dos pólipos intestinais:

A existência de pólipos poderá ser averiguada em face da realização de alguns exames, como os elencados a seguir:

  • Tomografia computadorizada: Chamada de “colonoscopia virtual”, trata-se de um exame que possibilita imagens do intestino sob vários prismas. Desse modo, é relevante tanto para a detecção de pólipos, quanto de ulcerações e edemas nos tecidos.
  • Colonoscopia: A técnica emprega um tubo composto por uma câmera para visualização do intestino grosso. Realizado a partir da inserção do equipamento pelo ânus, também costuma ser empregada para a retirada de pólipos que serão encaminhados para análise laboratorial.
  • Exame de fezes: Neste caso, a análise será realizada para se verificar a presença de sangue nas fezes. Além disso, é possível saber se alterações genéticas indicam se há pólipos ou a ocorrência de câncer.
  • Enema baritado: Com o emprego de contraste retal, este é um exame de raio-X capaz de exibir o interior do intestino.
  • Sigmoidoscopia: Apresentando semelhanças com o procedimento realizado durante a colonoscopia, este exame se diferencia pelo fato de contemplar a análise do reto e cólon sigmóide, ou seja, a porção inferior do intestino grosso.

Saiba quais são as técnicas para tratamento do pólipo intestinal:

Conforme informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia, remover inteiramente os pólipos intestinais é o melhor modo de tratar esta condição. Além disso, a entidade preconiza que o material removido seja posteriormente enviado para análise em laboratório específico.

A remoção dos pólipos intestinais poderá ser feita enquanto o exame de colonoscopia é realizado. Determinadas lesões, entretanto, poderão ser removidas somente com a realização de cirurgia.

É importante esclarecer que remédios caseiros não devem ser adotados pelo portador de pólipos intestinais. Isso se deve ao fato da condição exigir atendimento médico especializado. O paciente poderá adotar orientações quanto à mudança em hábitos alimentares, caso isso seja necessário.

Assim sendo, é recomendável que o paciente aumente o consumo de verduras, legumes e frutas, uma vez que tais tipos de alimentos são ricos em fibras e favorecem a saúde intestinal.

Em contrapartida, é necessária a diminuição da ingestão de alimentos fritos, carnes processadas e carne vermelha. O gerenciamento do peso é considerada outra medida para controle desta condição.

Dr. Jorge Reina

Especialista em cirurgia robótica do aparelho digestivo, coloproctologia e cirurgia oncológica. Membro da American Society of Colon and Rectal Surgeons.

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