O que é a pedra na vesícula (colecistopatia calculosa)?

Pedra ou cálculo da vesícula é uma doença extremamente comum na população mundial. Cerca de 20% das pessoas tem pedra (cálculo) na vesícula. Mais de 30 milhões de brasileiros tem esse problema.

Causas da pedra na vesícula

  • Idade: Apesar desta doença poder acometer até crianças, ela aumenta com idade e é mais comum nos adultos e idosos.
  • Mulher: As pedras da vesícula são mais comuns nas mulheres do que nos homens. Principalmente nas multíparas.
  • Obesidade: Quanto mais gordo, maior a possibilidade de ter pedras na vesícula. Entretanto, os magros também podem ter cálculos de vesícula.
  • Hereditariedade: Pessoas que tem familiares com cálculos possuem mais chance de ter essa doença do que os que não tem.

Sintomas de pedra na vesícula

A pedra na vesícula pode ocasionar sintomas intensos e graves, sendo os mais comuns:

  • Dor intensa na barriga, geralmente do lado direito ou na boca do estomago. Esta dor geralmente dura de 30 minutos a 2 horas, mas quando for mais prolongada pode indicar complicações. Neste caso, procure o seu médico com urgência.
  • Náuseas (enjoo) e vômitos
  • Inflamação ou infecção da vesícula
  • Icterícia (amarelão)
  • Pancreatite aguda

A maioria dos pacientes que tem pedra na vesícula nunca tiveram sintomas.

Não existem dados médicos que permitam determinar quais pacientes terão sintomas. Entretanto, quando o paciente apresenta um dos sintomas acima citados, a possibilidade de repetir o mesmo sintoma ou apresentar uma complicação é muito grande. Assim, nesta situação é importante procurar o seu médico.

A possibilidade de uma pessoa apresentar sintomas ou complicações independe do número ou tamanho das pedras. Às vezes, apenas uma pedra pequena pode ocasionar complicações muito graves, como pancreatite aguda.

Diagnostico de pedra na vesícula

O método mais frequente utilizado para diagnosticar pedra na vesícula é a ultrassonografia de abdome.

A tomografia computadorizada pode não visualizar cálculos em um grande número de pacientes. A ecoendoscopia digestiva alta fica reservada para avaliação de casos seletos, principalmente os correlacionados a microcalculos.

Tratamento de pedra na vesícula

A única forma de tratamento da pedra ou calculo de vesícula é a retirada da vesícula biliar (colecistectomia).

Com o passar dos anos modificamos a forma de abordagem cirúrgica da doença. Inicialmente preconizada a cirurgia aberta vem tornando – se exceção em nosso meio, nos anos 90 padronizada como laparoscopia e nos dias de hoje com a cirurgia minimamente invasiva e aparecimento da cirurgia robótica pode ser realizada com apenas um orifício na região umbilical.

Todos que possuem pedras na vesícula, devem operar?

A maioria dos pacientes que possuem pedra na vesícula não precisam de tratamento. Os que já apresentaram algum sintoma devem ser operados, porque a possibilidade de apresentar complicações torna se elevada.

Pacientes portadores de microcalculos (cálculos < 1 cm) devem ser operados por possuírem resco elevado de migração do calculo e desenvolvimento de pancreatite aguda.

O seu médico ira lhe auxiliar e explicar se a cirurgia for a melhor opção para você.

Após a cirurgia de vesícula devo alterar minha alimentação?

Você não deve alterar sua alimentação após a realização da retirada da vesícula. A vesícula serve apenas para armazenamento da bile e a produção do fígado não será afetada.

Vantagens do tratamento cirúrgico

  • Recuperação rápida do paciente
  • Resolução definitiva da doença
  • Pouca dor pós operatória
  • Mínima cicatriz cirúrgica
  • Mínimo risco infeccioso

Complicações

Apesar dos resultados da cirurgia minimamente invasiva serem excelentes, alguns pacientes podem apresentar complicações, como em qualquer procedimento cirúrgico.

As complicações mais frequentes são

  • Lesões de vísceras loco regionais,
  • Lesões de vias biliares,
  • Infecção,
  • Sangramento,
  • Risco anestésico.

Orientações pós-operatórias

A recuperação da operação é geralmente muito rápida e a maioria dos pacientes retorna as atividades habituais em poucos dias.

Segue algumas dicas para que você tenha uma excelente recuperação:

  • Não existe dieta especial. Uma dieta leve deve ser recomendada pois alguns pacientes podem apresentar náuseas e vômitos nas primeiras 48 horas pós cirúrgicas. Nesse caso dieta a base de líquidos e hidratação deve ser mantida.
  • Dor no ombro é frequente nesse tipo de cirurgia. Está relacionado a irritação do nervo da transição do tórax para o abdome. Nesses casos os analgésicos devem ser intensificados. Esta dor costuma ter curta duração.
  • Geralmente uma cola chamada dermabond é utilizada nos cortes. Você deve lavar o abdome no banho com sabonete liquido e secar com toalha habitual.
  • Você deve realizar curtas caminhadas e inspiração profunda a cada hora para evitar complicações e tromboses.
  • Poderá dirigir após o 3 dia de cirurgia, mas esse ponto deve ser debatido com seu médico.
  • Deve restringir a 10 kg o esforço máximo no primeiro mês. Após esse período você está liberado.
  • Lembre – se as suas duvidas devem ser sanadas antes do procedimento cirúrgico. A sua orientação e colaboração será muito importante para sua recuperação
  • Em caso de complicações você deve entrar em contato com a clinica, e se não for possível deve então retornar ao hospital aonde foi realizado o procedimento e solicitar contato com equipe.

Podemos te ajudar

Muito embora as características principais sejam iguais, os sintomas e até as soluções podem variar bastante entre cada pessoa e por isso a avaliação médica é essencial.

O que é um cirurgião do aparelho digestivo?

Cirurgiões do aparelho digestivo são especialistas no tratamento cirúrgico e não cirúrgico de doenças do aparelho digestivo alto (esôfago, estomago, intestino delgado, pâncreas, vias biliares. Eles completaram o treinamento cirúrgico avançado no tratamento dessas doenças, assim como a formação completa em cirurgia geral.

Os cirurgiões certificados pelo Colégio brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) completam residências em cirurgia geral e cirurgia do aparelho digestivo, e devem passar por testes intensivos (prova de titulo) realizados pela Sociedade Brasileira de cirurgia digestiva. Estes cirurgiões têm conhecimento no tratamento das doenças benignas e malignas do aparelho digestivo, e tem capacidade para realizar exames de detecção rotineiros e tratar cirurgicamente estes problemas caso seja necessário.