Diverticulite: o que é, sintomas e tratamento

Diverticulite é uma inflamação que acomete a parede interna do intestino grosso. Conhecida também como divertículos, essas estruturas formadas no intestino grosso acabam retendo uma pequena quantidade de fezes, e quando ficam inflamadas, podem vir a apresentar perfuração ou abcesso.

É importante salientar que não se pode confundir a diverticulite com a diverticulose. Enquanto a diverticulose é a presença de uma ou mais bolsas (divertículos) no cólon, a diverticulite é a inflamação dessas bolsas em decorrência da aglomeração de colônias de bactérias que estão nas fezes.

A primeira não costuma ter sintomas, enquanto a segunda condição possui vários sintomas quando está mais avançada. Geralmente quando a diverticulose possui sintomas, é um sinal de que o paciente pode estar desenvolvendo uma diverticulite, também conhecida como doença diverticular.

O que é um divertículo e como ocorre a diverticulite

O divertículo é uma pequena saliência que se assemelha a ponta de um dedo e pode se desenvolver em diferentes partes do sistema gastrointestinal, mas a parede do intestino grosso é o local com maior incidência de bolsas. No caso do intestino grosso, pequenas quantidades de fezes podem ficar retidas no divertículo, fazendo com que colônias de bactérias que já existem no órgão se alojem e deem origem a um processo inflamatório ou infeccioso.

Os divertículos podem ser divididos em dois grupos: hipotônico e hipertônico. No caso do primeiro, ocorre após o afrouxamento da musculatura do intestino, e o segundo é o resultado do aumento incomum do tônus dessa musculatura, bem como por significativo crescimento da pressão no cólon.

A diverticulite se origina justamente quando há a inflamação ou infecção dos divertículos, o que pode resultar em abcesso ou na pior hipótese, perfuração. Importante ressaltar que, nesses casos é possível que os resíduos intestinais “escapem” para a cavidade abdominal, podendo gerar um grave problema, como a peritonite.

Sintomas da diverticulite

Parte significativa dos pacientes com diverticulite não possuem sintomas, descobrindo a doença por acaso ou ao fazer uma investigação clínica. No geral, os sintomas mais comuns são dores abdominais na parte inferior esquerda.

Além disso, diarreia, prisão de ventre e mudanças nos hábitos intestinais também são relatados pelos pacientes. Cada caso de diverticulite aguda apresentará sintomas diferentes, já que depende da gravidade do problema.

Embora a dor abdominal seja a queixa mais comum, algumas pessoas também poderão sentir náuseas e vômitos, bem como ter sangue nas fezes, febre, dificuldade para urinar e fistulas.

É muito importante que quando o paciente notar um ou mais sintomas anormais a sua condição, procure um médico para investigar o caso e evitar que o problema evolua e se torne mais grave, já que a gravidade deixa o tratamento mais complexo e doloroso, como nos casos em que uma cirurgia é necessária.

Fatores de risco para diverticulite

A diverticulite pode ocorrer em pessoas mais jovens, mas a grande maioria dos casos é composta por pacientes que possuem 40 anos ou mais. Portanto, o processo natural do envelhecimento já é um fator de risco para o desenvolvimento da doença.

Ser obeso, sedentário ou fumar aumentam significativamente as chances de uma pessoa desenvolver diverticulite. Ter uma dieta pobre em fibras também é um fator de risco para a condição.

Diagnóstico de diverticulite

Para se obter o diagnóstico de diverticulite, o médico analisará em conjunto o histórico do paciente, o exame realizado no consultório e o resultado de uma tomografia computadorizada. Embora comumente uma colonoscopia seja indicada quando há suspeita de problemas no intestino grosso, esse exame, bem como o enema opaco, não são recomendados na fase inicial de investigação de causas e sintomas, bem como do tratamento.

Isso porque a ocorrência do trânsito de fezes pela perfuração no divertículo, pode causar uma peritonite grave ou uma infecção abdominal.

A tomografia por si só basta em um primeiro momento e se torna essencial, pois pode identificar se realmente se trata de uma diverticulite e descartar, outras eventuais hipóteses, como doença de Crohn, apendicite e câncer de cólon.

Tratamento

O tratamento para diverticulite pode variar de acordo com a condição do paciente. Quando não há gravidade, o médico especialista prescreverá anti-inflamatórios e analgésicos. Antibióticos poderão ser prescritos quando houver uma infecção. A maioria dos casos são curados em até 72 horas após o início do tratamento.

Quando não há melhora dos sintomas ainda que se utilize os medicamentos prescritos corretamente, o médico poderá, após análise do perfil do paciente, optar por uma cirurgia em que parte do intestino comprometido pela inflamação dos divertículos é retirada, ou fazer uma drenagem dos abcessos. Entretanto, nesses casos a drenagem só é possível se os abcessos forem pequenos.

Casos de cirurgia

A cirurgia poderá ser realizada com duas finalidades e processos distintos. A primeira é chamada de ressecção primária do intestino, do qual a reconstrução da parte cortada é imediata. A segunda é a ressecção intestinal com realização de uma colostomia, que é um acesso temporário para liberação das fezes e que deve ser revertido em até 12 semanas após a cirurgia.

Prevenção da diverticulite

Para evitar uma diverticulite e outros males que aparecem com o passar dos anos, procure se manter hidratado, bebendo pelo menos dois litros de água por dia. Procure ter uma alimentação saudável, consumindo fibras diariamente através de alimentos naturais, como frutas, legumes, grãos e cereais integrais.

Fuja do sedentarismo, pois ele também torna mais demorado o trânsito intestinal. Realize alguma atividade física dentro de suas condições físicas e de saúde para acelerar o metabolismo e o trânsito do intestino.

Abandonar o tabagismo é uma atitude sábia pata evitar esta e outras enfermidades após os 40 anos. Se estiver acima do peso, perder o excesso é o ideal para chegar na terceira idade saudável.

Essas dicas também são úteis para quem já tem mais de 40 anos, esteja no grupo de risco ou não. Por fim, mas não menos importante, jamais se deve tomar laxantes sem prescrição médica, pois isso pode gerar consequências desagradáveis a médio e longo prazo.

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