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Câncer de estômago: Fatores de risco da doença e os principais tratamentos

Câncer de estômago é observado quando o órgão apresenta um crescimento celular anormal. Em geral, os cânceres gástricos podem se desenvolver de forma lenta, durante anos.

O paciente com câncer gástrico costuma apresentar alterações pré-cancerígenas, que são observadas na membrana que reveste o órgão internamente, ou seja, na mucosa. É comum que tais alterações, em determinados casos, não sejam identificadas precocemente, tornando mais difícil o diagnóstico do câncer de estômago.

A forma mais frequente de câncer de estômago

Qualquer porção do órgão pode ser afetada por este tipo de câncer, mas o corpo do estômago costuma ser mais frequentemente acometido. Desse modo, o adenocarcinoma está presente em mais de 90% dos pacientes que desenvolvem câncer gástrico.

Homens são os mais afetados pelo adenocarcinoma, principalmente os indivíduos que têm entre 60 e 70 anos de idade. Vale pontuar que 80% das pessoas do sexo masculino comprometidas pela doença têm mais de 50 anos.

Em se tratando do Brasil, sabe-se que o câncer gástrico está entre os 3 mais frequentes entre homens. Já em relação às mulheres, este é considerado o 5º mais frequente. Somente em 2020, estima-se que mais de 21 mil novos casos de câncer de estômago tenham surgido.

Cânceres de outros tipos também podem se desenvolver no estômago, afetando a qualidade de vida da pessoa comprometida. É o que se observa em relação aos tumores estromais gastrointestinais e linfomas Malt, também conhecidos como “GISTs”.

Saiba quais são os tipos de câncer gástrico existentes

A seguir estão elencados os dois subtipos de adenocarcinomas. Confira:

  • Intestinal: Costuma se desenvolver em indivíduos idosos, com prevalência entre homens. Este tipo de câncer surge associado à existência de gastrite atrófica crônica. Além disso, também pode apresentar associação com metaplasia intestinal, uma condição ocasionada por inflamação do estômago em virtude de H. pylori.
  • Difuso: Diferentemente do intestinal, o tipo difuso é mais comum em pessoas jovens, atingindo homens e mulheres de forma igualitária. Em comparação com o outro tipo, desenvolve-se de maneira mais agressiva. O surgimento desse câncer se dá no epitélio gástrico normal, não havendo indícios pré-cancerígenos. Vale ressaltar que o câncer de estômago difuso está atrelado a mutações do gene CDH1.

Veja quais são os sintomas do câncer de estômago

Embora não existam sintomas claros em se tratando dessa doença, é importante atentar para alguns sinais a fim de que os tratamentos do câncer de estômago sejam iniciados o mais rápido possível, aumentando a chance de cura. Abaixo estão alguns possíveis sintomas:

  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Fadiga;
  • Perda de peso;
  • Desconforto abdominal recorrente;
  • Falta de apetite;
  • Dificuldade de deglutição;
  • Sensação de estômago cheio.

Algumas doenças benignas poderão apresentar os mesmos sintomas, como nos casos de gastrite e úlcera, não representando obrigatoriamente que o paciente está com câncer. Por essa razão, é importante que se procure um médico, que avaliará outros fatores que possam estar relacionados à doença.

Quando da realização do exame físico, o indivíduo acometido poderá sentir dor durante a palpação da região do estômago. Outros indícios da existência dessa doença são o surgimento de nódulos em torno do umbigo e ínguas no pescoço. Nesses casos, o quadro poderá estar em estágio avançado.

Estima-se que até 15% das pessoas com câncer de estômago apresentem quadros de vômito com sangue. As fezes, por sua vez, quando da ocorrência da doença, apresentam alterações, como a presença de sangue, odor forte, consistência pastosa e aspecto escurecido.

Como o câncer de estômago gástrico pode ser diagnosticado

A endoscopia digestiva alta é o exame empregado para o diagnóstico do câncer de estômago. Para isso, é necessário que um médico anestesista realize a sedação do paciente.

Por meio desse tipo de endoscopia, o especialista poderá visualizar o estômago e o esôfago. Além disso, possibilita a coleta de material para biópsia. As amostras coletadas são enviadas para análise laboratorial, com o objetivo de confirmar se trata-se de fato de um tumor maligno. Em caso afirmativo, a análise também possibilita a definição do tipo de câncer.

Se a hipótese diagnóstica for confirmada, o médico especialista poderá solicitar outros exames a fim de se estabelecer a extensão do câncer, tratando-se de uma etapa conhecida como “estadiamento”. Para isso, é comum que o médico solicite o exame de tomografia computadorizada tanto do tórax, quanto da região abdominal.

Quando há indícios de que a doença se encontra em seu estágio inicial, o médico poderá solicitar o exame de ultrassonografia endoscópica. Este exame apresenta algumas semelhanças com a endoscopia digestiva alta, uma vez que se introduz um tubo pela garganta, contendo um aparelho de ultrassom.

Em determinados casos, contudo, o especialista poderá realizar a avaliação através de um procedimento cirúrgico: a laparoscopia. Esta cirurgia é de natureza exploratória e, na maioria dos casos, realizada por meio de vídeo.

Com isso, busca-se saber se a doença está em metástase, ou seja, quando se espalha por outras partes do corpo. Dentre as partes que podem ser afetadas, destaca-se o peritônio, uma membrana responsável por revestir órgãos internos.

Tratando-se de uma cirurgia de caráter diagnóstico, a videolaparoscopia consiste na realização de pequenas incisões na região abdominal, em que uma câmera específica é inserida pelo cirurgião. As imagens captadas, por sua vez, são transmitidas por meio de um monitor.

Tratamento do câncer de estômago

A definição do tipo de tratamento ideal é feita pelo médico com base no estadiamento da doença, agressividade do câncer e localização do tumor. Saiba quais são as técnicas empregadas:

  • Quimioterapia;
  • Radioterapia;
  • Terapias-alvo;
  • Imunoterapia.

Cirurgia:

  • Gastrectomia subtotal: Remove parte do estômago.
  • Gastrectomia total: Remove o estômago totalmente.
  • Cirurgia oncológica padrão: retirada do tumor e de linfonodos locais.

Quando a doença está em estágio avançado, um procedimento cirúrgico paliativo poderá ser realizado para que os sintomas sejam amenizados.

Os principais fatores de risco associados a este tipo de câncer

Determinados hábitos, doenças e condições podem aumentar as chances do desenvolvimento da doença, como os citados a seguir:

  • Histórico de câncer de estômago na família;
  • Tabagismo;
  • Doença do refluxo gastroesofágico;
  • Consumo frequente de alimentos defumados;
  • Elevado consumo de sal;
  • Obesidade;
  • Dieta pobre em vegetais;
  • Pólipos estomacais;
  • Infecção decorrente de H. pylori.
Dr. Jorge Reina

Especialista em cirurgia robótica do aparelho digestivo, coloproctologia e cirurgia oncológica. Membro da American Society of Colon and Rectal Surgeons.

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